sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Mentiras verdadeiras

Da primeira vez havia verdade, mas verdade nem sempre é capaz de prender ou soltar. Tudo tem seu tempo, sua confiança, sua medida. Tudo passa, tudo se desconfia. Somos perdoáveis e imperdoáveis, tudo depende da verdade dita. Através dela conseguimos tudo e através dela perdemos tudo. Tudo depende de qual verdade podemos dizer e qual mentira podemos escutar. Nossa vida segue um fluxo de intransigências, de verdades e mentiras, somos famintos por cotidianos alheios. É interessante como nos importamos com as mentiras contadas da vida dos outros e nos esquecemos das verdades vividas por nós. A facilidade com que encontramos tais informações é que nos deixa no mesmo lado da calçada assim como nas visitas de sites de fofoca, no cabelereiro, na padaria ou em qualquer outro lugar que passamos alguns minutos e assim despertamos já a chance de alguém nos contar alguma coisa sobre algo, ou já damos chance de alguém pensar algo sobre nós. A curiosidade nos leva a acreditar em mentiras, e as mentiras se tornam verdades. Não precisamos de prova, somos curiosos e dissimulados. Nossa paz é o inferno dos outros. Mas também não precisamos descer na mesma estação, nos basta seguir nosso caminho sem falsidades e mentiras, deixar o degrau da ignorância para trás. A verdade é digna para quem há emprega, sincero é aquele que diz que o amor acabou, e mentiroso é aquele que diz que nunca amou ninguém.



texto de Fernando Thadeu F.dos Santos