sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

PASSAR POR CIMA

Mais um passo, sem confundir com os já dados. Uma subida começa, quase como uma parede, não sei dizer os graus , mas é bem íngrime. Nem me acostumo e já aparece uma lombada. Para quem anda a pé conhece. Sabe a diferença.
Qualquer obstáculo já dificulta. E pra ajudar ainda me vem a chuva. Sempre nas horas em que menos esperamos. Começa fraca e conforme vou me encharcando ela fica mais forte. E assim antes mesmo de dizer Nabucodonossor estou todo molhado.

Sempre a espero no ano novo, sinto que ela vem para limpar toda sujeira deixada no ano passado. É uma torcida anual pra falar a verdade.

E a chuva aumenta, mas as passadas continuam as mesmas. Sempre objetivas e conscientes. Mais um buraco pedindo desvio, e na hora você sente o quanto poderia andar menos sem o mesmo.

Sem ver o final da subida é até amedrontador, a rua escura quase esfumaçada pelo calor diurno, nem preciso olhar nas luzes para confirmar o quanto de água cai do céu. Eu sentia.

Como todo desvio ou obstáculo que na minha frente aparecia sugava mais e mais de minhas forças. Aumentando a caminhada que se mostrava diferente e percebida, mas sempre objetiva. Sei onde quero chegar e o que enfrentar. Pois se você sabe complicar, eu sei passar por cima.

Estou no meio da ladeira e aqui não vou ficar. Nem me esconder dessa chuva bloqueadora de pensamentos. Se você deixar ela entrar no seu coração, seu corpo fraqueja e a procura de abrigo será seu primeiro pensamento. Tomo ela como uma dádiva divina de pura força que me faz caminhar sem parar. Quero tudo. Lutar, engolir, não importa o que me aparecer eu vou passar por cima. Estou pronto.

As pernas já não agüentam mais, cada passada me leva ao máximo de esforço. Pesadas como concreto, e exposto ao frio gelado, começo a tossir. A roupa toda encharcada, sinto o começo de uma gripe. Sem vacilar não gaguejo nos passos e sigo meu destino como um mercenário de primeira linha.

Chego ao fim da ladeira contente, e vejo o último soldado. Uma escada surge no fim da subida. Enorme, mas é a que leva ao meu destino. Nem penso na dor, nem na tosse temporária. Subo degrau por degrau, buscando o que é meu. Não cheguei até aqui para discutir ou brigar. Venho como um atropelo sem limites. A vitória é minha sem discussão.

A cada degrau sinto meu corpo querer sentar, em um canto qualquer, quero descanso. Mas a consciência é mais forte e através dela chego ao topo. Estou a poucos metros do meu destino, e agora sem mais dificuldades tenho na mente os problemas passados. Tudo se mostra sem tanta dificuldade, e sem saber se estou mesmo consciente ou não até torço por outra ladeira daquela. Pois a graça alcançada é de grande valor. Valeu a pena lutar, quebrar, torcer, chorar. Estou aonde quero. Onde mereço. Tudo depende simplesmente de uma lutar diária, e essa foi só mais uma delas.

texto de Fernando Thadeu Fonseca dos Santos

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Dentro de um cigarro

- Ufah! Achei uma tabacaria nessa merda. Não fumo desde manhã, e a Fábia é enrolada. Gosta de me fazer esperar.
- Boa tarde! Por favor um cigarro ligth. Não sei se é melhor, mas acho que morro no mesmo tempo que outras pessoas que fumam um cigarro normal, só irei fumar mais. Esse é mais fraco! E não engorda!
Saio da tabacaria no processo de abertura do maço. Puxa a fitinha, desenrola pelo maço, puxa o selo e rasga a entrada. Pronto! Tenho cinco minutos pra Bia. E pra mim também .

Achei a tabacaria em uma ruazinha dentre várias do centro comercial onde a Bia faz curso. Essa rua é um pouco ingrime. Venho me equilibrando desde a primeira tragada. Olhando para baixo reparo que o pessoal aqui é limpo. Nada na calçada, depois encontro uma lixeira pra jogar essa bituca. Ando bem devagar admirando tudo por perto, e me deparo com um papai noel de pelúcia no chão de uma loja. Parei bem no começo da vitrine. De onde estou, ainda vem uma vitrine grande, a porta e outra vitrine menor.
Toda enfeitada de caixas de produtos de beleza. Algumas continham perfumes combinados com colônias. Outras caixas com sabonetes, shampoo's, cremes para cabelo. Tudo bem organizado, chamava muita atenção. Tanto que já estava na terceira tragada e nem tinha percebido a segunda.

Olhei para dentro da loja, e vi o movimento fraco, as vendedoras uniformizadas passeavam de um lado pro outro e no balcão uma pessoa me olhava paralisada. Na mesma hora paralisei também, e só tive o reflexo de levar o cigarro até a boca e dar mais uma tragada.
- Meu Deus minha ex !
Como amei essa pessoa, pensamentos, lembranças, momentos, tudo é despejado em meus olhos em uma rapidez que minha paralisia parece me contorcer agora. Seu olhar imita o meu, e sinto sua paralisia surpresa por me ver ali também. Minha barriga geme, mas não é de fome, sei lá. O que ela está fazendo aqui ? Trago outra vez.

Ela tinha uma caixa dessas nas mãos em cima do balcão. E se encontrava atrás do mesmo e ao lado do caixa. Seu olhar não se desviava, enquanto eu já tragava pela sexta vez. Era a única coisa que eu conseguia fazer. O cigarro parece derreter em minhas mãos suadas. Perco a noção do tempo, como a pessoa de lá de dentro. E quando menos espero, reparo no seu olhar um leve desvio. E um aumento da surpresa
- Oi amor! Um beijo maravilhoso me pega de sopetão em plena paralisia de admiração. Era a Bia.
Valeu a pena esperar, quando ela saiu da minha boca lembrei porque resolvi namorar com ela. Um beijo desses não é fácil de arrumar... Ela é um anjo. Não a amo como amei aquela, mas tenho de tudo com ela. Sei que esse sentimento vem aumentando e chegará ou passará aquele da pessoa dentro da loja e atrás do balcão.
- Demorei muito?
- Olha! Vai me comprar um perfume? Dei mais uma tragada e tentei me colocar no lugar. - Não. A primeira já foi. Agora eu tenho que responder logo antes que ela me faça outra pergunta, ou veja aquela estátua lá dentro da loja, olhando pra mim.
Antes de responder dou a tragada de número sete ou oito. - Dá azar Bia. Dizem que dar perfume pra namorada dá azar. - Não quero te perder.
- que lindo! Mais um beijo e assim volto ao normal. A ex lá dentro ainda paralisada, mas consciente de que não deu valor ao meu amor oferecido. Não quero nenhum mal a ela, fiquei surpreso pelo encontro, quase me afogo no passado. Mas a vida segue, tenho a Bia agora, ela eu não sei como está. Mas pelo seus olhos, vi que sente minha falta, só quando perdemos que vemos o quanto era bom e o valor que aquilo realmente tinha. Dou a última tragada e jogo a bituca no chão. O lixo está longe demais. Busco sua mão macia e cheirosa, e saio da visão da outra. O carro está na rua de cima.
- Vamos "mininalinda"!?!?!
- Eu quero só ver então o que você vai me dar. Presente você quer ?!?!
- Eu te amo Bia.
- Eu que te amo primeiro "fofuxo"!


texto de Fernando Thadeu Fonseca dos Santos

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

PODER JUNTO

Todo relacionamento tem seus altos e baixos. Muitos momentos felizes e muitos desprezíveis. É na verdade um vai e vem de situações e momentos que demarcam nossas vidas de pureza e irracionalidade.
Na grande maioria desses relacionamentos, se faz presente a idéia de "poder". Uma palavra tão malvada e totalmente sem sentido, quando se trata de um relacionamento, que é impossível acreditar que ela exista em nossas relações. É uma grande sensação que sentimos quando tudo na relação nos rodeia. Entramos em um manda manda e recebe recebe que nos sentimos um dos astros de Hollywood. É uma sensação muito boa ,sim. Mas geralmente muito oscilante. Uma hora o poder está conosco ( até lembra o jovem Luck Skywalker ), como com a outra pessoa. É claro, eu sei, existem pessoas que sempre mandam, mas não são pessoas felizes. Pois no fundo do coração elas esperam encontrar seu verdadeiro amor. Por isso até acho que descontam suas decepções em quem no fundo tem esperança de ter encontrado a pessoa certa.
O relacionamento precisa de entrega total. Fazer e receber, pedir e servir. É tão gostoso quando seguimos essa prática. É inconcebível destratar quem convive ao nosso lado e quer o nosso bem. E "poder" é uma palvra tão feia, que não devemos fazer ela aparecer em nossas vidas amorosas. Podemos tudo quando estamos juntos, e conquistar as coisas da vida acompanhados de quem amamos é a maior sensação de "poder" que existe.



texto de Fernando Thadeu F. dos Santos

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

LUZ DO SENTIMENTO NU

O climax de um sentimento se demonstra na hora de um choro. Quando crianças, ouvimos dizer que é feio. "Que feio um menino tão bonito chorando!" Mas deve ser porque o choro na maioria das vezes, é sempre de dor aprontada. Alguma batida, ralada, cintada. Abrimos aquele bocão de mostrar todos os dentes e cáries possíveis. Mas e quando crescemos? Não nos machucamos mais como antes, nem apanhamos mais, por tamanhas traquinagens que literalmente aumentaram de tamanho assim como nós. Mas choramos.
Choramos por não dar certo, por não ser correspondido, por não significar muito, nem mais. Choramos. Esse choro é sempre por algo que realmente nos significa muito. Ele pode ser afetivo, relacionado a família, ou a amigos muito próximos que perdemos. Quando nos mudamos, ou se mudam para longe de nós. Pode ser de alegria, de alguma conquista ou felicidade alcançada. É sempre muito forte o sentimento de vitória, esse limite acaba nos levando ao choro também. Mas pode ser também de "amor". De um sentimento mais intenso, mais verdadeiro. Não querendo dizer que os outros são falsos, mas é muito mais soberano que os demais. É um sentimento forte, de deixar cego a qualquer um, de deixar sem sentido, ou de perder os sentidos. Sentidos pra quê? Eu quero é amar! Mas e quando acaba? Carinho, gosto, beijo, conversa, olhares, falta, desejo....ficam as lembranças. E quando nos vemos sozinhos, ou quando nos deparamos com particulariedades que nos fazem lembrar essa relação, como uma música, um perfume, um simples gesto, ou uma fala, lugar ou situação. Alguma coisa lá no meio do coração (pois se não fosse exatamente no núcleo, não sei o que aconteceria) pede arrego. Sente falta, busca o passado e nos abre os arquivos de nossas mentes. Arquivos concretos, que não foram destruídos por completo. Foram só partidos, não esmiuçados. Então se tem muito guardado. E quando tudo isso reaparece, nos faz chorar. Chorar de saudade, de que tudo aquilo podia ter dado certo. Mas não lembra o choro como de um amigo que se mudou? Ou de um parente que partiu? Não! É um choro diferente. De alguém que realmente marcou na sua vida. Que você não conseguiu esquecer. De tão bom e apaixonante foi estar do lado dela. Viver sem limites, mesmo sabendo que acabou, mas que foi intenso e verdadeiro.
Chorar não é vergonha, só porque não somos mais crianças. Porque só as crianças podem chorar? Cada um chora do jeito que quer, e da vontade que der. Uns choram de mais, por marcar de mais. Outros choram de menos por não saber se entregar. Quem chora pode dizer que existe clarões de "sentimentos verdadeiros". Tão fortes que nos deixam assim, sensíveis ao ponto de chegar a esse apogeu da sinceridade interior. Chorar é bom.



texto de Fernando Thadeu Fonseca dos Santos

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Passa ou não passa

Passa da passagem, passa paisagem, passa o meu medo, passa o sossêgo, passa nas alturas, o que era teu aconchêgo, passa nas canelas, passa no Sertão, passa da realidade ou da solidão. Passa mais, passa longe, mas nos passa, passa de nós, é sempre um, que está contente, e o outro que sempre chora, num só passo, sem parar a passação, e um passa bem. O outro passa mal. Passa a festa, passa o sono, vem a leveza, e o fim da alegria, passando amigos, prefiro contigo. Não se passam amigos, passa o fio, passa a rua, passa a roupa, e passa o sol, e na lua lembro teu cheiro sem vontade de passar, mas passa, para não parar, e parado fica minha vontade de passar. Passa bala, passa chiclete, que não passa sem grudar, passa isso e passa aquilo, e me paro num passar, sempre com vontade de sair, deste passo sem parar, que me afoga e me percegue, esse passo de pezar, mas não passa toda essa, minha vontade de te amar.


texto de Fernando Thadeu Fonseca dos Santos

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A ENTREVISTA

Sinto um calor, não estou nervoso, estranho mas sempre fico calmo nestas ocasiões. Mas parece que estou derretendo, também vim correndo. Andando rápido pra ser mais exato, estava atrasado, e mesmo assim não perdi a calma. Ainda perdi alguns minutos no elevador, a ascensorista estava de papo com o segurança, logo na minha vez ela resolveu namorar. Acabei chegando suado, mas cheguei.
Logo entrei, sem reparar muito na sala, entrei mostrando serenidade, sem vacilar nos passos, e nem olhei muito na sala. Só reparei que estava cheia, algumas pessoas me olharam, não me prendi muito. Se tinha algum conhecido, eu poderia comprimentar depois. Meu objetivo agora era chegar até a secretária sem causar nenhum estardalhaço. Já pensou eu chegar caindo, ou mesmo olhando alguma perna bonita de alguma mulher que estava fazendo ficha. E quando a secretária me desse bom dia, eu estava perdido, perguntando "O quê?".
Minha chegada foi perfeita, muito obrigado. O bom dia não foi dos melhores, mas o da secretária foi alguns milímetros mais fulero do que o meu. Também imagino eu quantos bom dias ela já tinha pronunciado, sem nem mesmo olhar no rosto das pessoas, ou nem ser correspondida, deve ser chato ser secretária. E olha que tem gente que faz faculdade disso heim!
Tudo bem, depois de me receber, com um bom dia mais parecendo "mau dia", ela fez as três perguntas de praxe : "qual o cargo pretendido?, seu último salário? e qual sua pretensão salarial?". Eu vim aqui fazer uma entrevista. E logo tentei me recordar do nome da moça que me ligou, não queria buscar o papelzinho que tinha no bolso da calça o nome e o endereço do local. Já dei uma gaguejada e logo ela me tomou a palavra. Fiquei com a "pretensão salarial" na cabeça,
não é possível, mas essa palavra eu só ouço nas agências de emprego, "pretensão salarial", me lembra algum tipo de salada que não vingou, ou coisa parecida. Acabada as formalidades com a secretária, ela me entrega um formulário médio, nem pequeno nem grande, mas médio. Um formulário quando pequeno já enche o saco, um grande então !!! Esse era médio. Nome, rua, cidade, país, cor, partido, tipo de sangue, música preferida, essas coisas. Mais uma enchurrada de perguntas. Tem carro? Sim, mas se não arrumar emprego hoje, vou ter de vende-lo. Será que vou perder chances por causa disso? Espero que não. Já estou no meio do cadastramento, e me recordo que saí de casa para ir á uma entrevista. Em menos de dez minutos e lá estava eu quase cadastrado na agência.Mais alguns minutos se passam e chego na área dos não fumantes, não sou nem besta de falar que fumo, o cerco está fechando pra quem quer morrer devagarinho. Agora já na área onde escolho em que região prefiro trabalhar, zona norte, zona sul, zona oeste, zona leste, ufah! Zona leste é complicado, mas estou aceitando qualquer zona que tenha emprego pra mim. Já estou desesperado, por dentro, mas mantenho a calma por fora, sou um bom artísta. Acabo de entrar em uma zona incógnita, já não sei se explodo de vez e xingo todo mundo. Afinal eu não fui chamado pra fazer uma entrevista? Desempregado sofre! Esse cadastro não acaba mais. Da próxima vez que me contatarem vou perguntar antes de desligar o telefone feliz de conseguir mais uma oportunidade de emprego, do que realmente se trata.


texto de Fernando Thadeu Fonseca dos Santos

sábado, 22 de setembro de 2007

Planeta Amor

O amor e seus desatinos, nos fazem compará-lo á um Planeta. Onde existem vários Países, alguns desses países são cercados por muros gigantes, arames farpados e com exércitos de proteção, todos bem resistentes e ímpossiveis de penetrar.
Mas também existem Países livres de dificuldades, que aceitam quem estiver disposto a se entregar e cuidar bem do lugar, pois serão retribuídos na mesma quantidade. A nossa viajem pelo Planeta é a sequência de nosas vidas. E os Planetas vão aparecendo na nossa frente, e nossas decisões são instantâneas, pois entramos em quem chamar mais nossa atenção. Ás vezes lutamos para entrar num País cheio de grade e que não nos aceita, lutamos, sofremos e choramos por não conseguir entrar, ensistimos na investida do Coração. Luta ingrata de objetivo retardado. Tudo por esquecer que existem outros Países, que esperam sua chegada anciosos, de braços abertos, cheios de carinho e receptividade. Andamos livres , e não precisamos lutar se sabemos que não seremos aceitos. Mas a persistência reina dentro de nós. Precisamos ser concientes do que nos espera e o que nós podemos escolher. Na vida só as trombadas nos ensina, e saber que estamos trombando já é uma qualidade.
O caminho da vida nos proporciona vários destinos diretos e indiretos. Temos que ser suficientemente fortes e ligados para saber onde podemos entrar. Com certeza tem um País esperando por cada um de nós.

texto de:Fernando Thadeu F. dos Santos

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Sinceridade de plantão

Sentimento é tudo aquilo que tentamos esconder. Temos vergonha de pensar, o que diria de falar, expôr isso pra fora não é fácil. Não significa que somos mentirosos, ou falsos, é uma falsidade aceita. Mas quando prendemos isso dentro de nós, é que acaba pegando pesado. Escondemos para não maltratar ninguém, ou prejudicar, mas quem acaba sendo prejudicado somos nós mesmos. Ficamos presos há esses sentimentos que não nos deixam respirar. Muitas vezes até fúteis, mas machuca. Corrói por dentro, guardar é doloroso de mais.
Essa dificuldade encontrada por nós em descarregar nossos sentimentos, é quase uma unanimidade entre os seres humanos, difícil não ter alguém que guarde os seus e reclame mais tarde. Reclame dos amores que passaram por você e você não disse um " Eu te amo! ", e se devora até hoje em lembrar das oportunidades que teve e não disse. Amores existem, eles estacionam, esperam e saem. Se você não declarar seu sentimento ele vai embora. Pois amores vivem de certezas e com certeza amar é ser sincero.



texto de Fernando Thadeu F. dos Santos

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Mentiras verdadeiras

Da primeira vez havia verdade, mas verdade nem sempre é capaz de prender ou soltar. Tudo tem seu tempo, sua confiança, sua medida. Tudo passa, tudo se desconfia. Somos perdoáveis e imperdoáveis, tudo depende da verdade dita. Através dela conseguimos tudo e através dela perdemos tudo. Tudo depende de qual verdade podemos dizer e qual mentira podemos escutar. Nossa vida segue um fluxo de intransigências, de verdades e mentiras, somos famintos por cotidianos alheios. É interessante como nos importamos com as mentiras contadas da vida dos outros e nos esquecemos das verdades vividas por nós. A facilidade com que encontramos tais informações é que nos deixa no mesmo lado da calçada assim como nas visitas de sites de fofoca, no cabelereiro, na padaria ou em qualquer outro lugar que passamos alguns minutos e assim despertamos já a chance de alguém nos contar alguma coisa sobre algo, ou já damos chance de alguém pensar algo sobre nós. A curiosidade nos leva a acreditar em mentiras, e as mentiras se tornam verdades. Não precisamos de prova, somos curiosos e dissimulados. Nossa paz é o inferno dos outros. Mas também não precisamos descer na mesma estação, nos basta seguir nosso caminho sem falsidades e mentiras, deixar o degrau da ignorância para trás. A verdade é digna para quem há emprega, sincero é aquele que diz que o amor acabou, e mentiroso é aquele que diz que nunca amou ninguém.



texto de Fernando Thadeu F.dos Santos

sexta-feira, 27 de julho de 2007

O Positivo e o Negativo

Existem dois tipos de pessoas, as pessoas positivas e as pessoas negativas. Não é nenhuma aula de física, ou coisa parecida, mas quando procuramos por um amor, alguém para ficar ao nosso lado e passar todos os momentos de nossa vida, podemos ter certeza de que não encontraremos nada igual a nós.
Se você é uma pessoa positiva, pode ter certeza que não ficará com uma pessoa positiva, você terá como par uma pessoa negativa. Somos como os imãs. Você já tentou juntar os lados de dois imãs, positivo com positivo e sentir o afastamento de ambos? Pois o magnetismo não funciona com os lados iguais, o positivo sempre precisa do negativo. Assim funciona com o amor. Aquela moça de ótima índole, muito educada e de qualidades invejáveis, terá como seu grande amor o maior "tranqueira" do bairro. Ela até conhecerá outros parceiros, mais nenhum deles vai conseguir fazer seu coração bater como aquele "tranqueira" fez. E porque disso? Exatamente porque os opostos se atraem, o positivo não vive sem o negativo e vice-versa.
Estamos sujeitos a passar por isso, é da natureza dos seres humanos, procuramos sempre por alguém especial, ou melhor que se espelha ao máximo com nós mesmos, goste das coisas que gostamos, da comida que comemos, da música que ouvimos, mas temos esta como uma procura em vão. Não estou querendo dizer que não podemos sonhar, mas assumo esse deserto de sinceridade de um sonho imaginário. A verdade sempre é afiada e de qualquer forma nos machuca muito, mas também não podemos esperar varar as barreiras de uma natureza tão normal e simples, que é empregada á nós.
É exatamente esse oposto que vai nos fazer passar e ter todos os sentimentos que existem. Podemos sentir raiva, mas ficaremos felizes, sentiremos nojo mas vamos ter saudades, podemos nos sentir sufocados, mas ficaremos com ciúmes quando estivermos longe, discutiremos por causa de coisas fúteis, e vamos fazer amor como se fosse a última vez, trocaremos presentes ridículos, mas nunca esqueceremos de tais, nem de nós, nem de tudo que foi passado. Tudo isso porque não somos iguais, e fomos feitos para ficarmos juntos, um negativo e outro positivo, assim como a natureza manda.


texto de Fernando Thadeu F. dos Santos

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Esquecimento,às vezes demora muito outras vezes não demora nada.

O esquecimento de um Amor é o futuro, e o futuro é o prazer. Tudo tem seu tempo, ás vezes demora muito outras vezes não demora nada, conforme o que foi passado, o que foi deixado ou o que foi ignorado. Temos sempre alguma coisa guardada, e é exatamente isso o que cálcula o nosso tempo de esquecimento. Lembrar de como foi bom, ou fazer comparações, são pensamentos temporários. O Amor é vicioso, e como todo dependente queremos matar a saudade daquilo que não é mais necessário, ou o que não nos faz mais bem. Ser dependente é um dos pontos mais fortes do Amor, nos sujeitamos a qualquer loucura, esquecemos nossos ideais, fazemos tudo que é do interesse alheio. E quando chegamos nesse processo acaba o Amor. Ser escravo é ruim, ser dependente é ruim, ser desprezado é o próximo passo. Não vivemos um filme, temos realidades a serem enfrentadas, sem contos de fadas, sem príncipes encantados ou princesas à nossa espera no castelo. Nada de Romeu e Julieta, me perdoe Shaskepeare, mas toda vez que tentamos viver essa estória acabamos tendo que enfrentar a angústia do esquecimento. Tudo tem seu tempo, às vezes demora muito outras vezes não demora nada.



texto de Fernando Thadeu F. dos Santos

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Astronauta de vidro

Confusão sem limites, perda concreta, tento me materializar para outro Planeta. Pois sinto sua falta, na medida do Planeta, não esse que quero ir, mas desse que quero sair. Astronauta de vidro, preso a esse amor escravo, tenho um Planeta a seguir, tenho um amor pra fugir. Temos só estórias pra contar, e é exatamente isso que não quero levar. Quero um Planeta onde não preciso levar nada, nem estórias, nem vontades, sem angústias, só o meu lugar a me receber. Onde sentem minha falta, onde não tenha que esconder esse rosto triste, quero andar sem precisar explicar nada: " Você está bem?, Tudo bem com você? ". Não quero mais mentir, cansei de enganar, cansei de me enganar, estou num Planeta que já não quero mais. Meu interesse é você, e sem você eu minto. Minto por necessidade de fugir de você. Quero um Planeta onde não preciso mentir. Não vou mentir mais.
Quero sim. Mas quero você.



texto de Fernando T.F.dos Santos

sábado, 7 de julho de 2007

Reencontro

Quando reencontramos um ex, sempre pode rolar alguma coisa. Pode rolar uma fuga, não querer ser visto é normal, mas pode rolar um exibicionismo, querer ser visto, e na maioria das vezes bem acompanhado é normal também. Pode rolar um " Oi ", pode rolar um " Humpf! ", que é aquele típico resmungo de gente ignorante, o som sai mais pelo nariz do que pela boca. Pode rolar um abraço, uma afeição, um sentimento de perda, de ganha, de promessa, de desilusão, de decepção, de querer, de fugir, pode rolar um beijo, pode rolar algo mais, algo menos, pode rolar, pode ter xingamentos, dos dois lados, de um lado só, pode rolar um xaveco de reconquista, pode rolar uma briga, pode rolar uma conversa, pode rolar algumas palavras, tem gente que não precisa falar muito para nos ajudar, e tem gente que com poucas palavras nos deixam no chão. O reencontro com um ex é sempre duvidoso, tudo pode acontecer, de tudo pode rolar.
texto de Fernando T.F. dos Santos

terça-feira, 26 de junho de 2007

O comportamento desumano.

Ontem quando vinha da faculdade, resolvi subir de ônibus, pois tinha meio quilo de moedas no bolso da calça. Aquele bolsinho da calça jeans que só serve para guardar tranqueiras pequenas, balas, e moedas. Na hora de pagar percebi que não tinha o valor da passagem só em moedas, eram todas miúdas, então dei uma nota de dez reais, e mais umas moedinhas, facilitando assim e esperando que o cobrador me desse o troco "sem moedas". Primeiro ele me deu o troco errado, faltando dinheiro, e com um monte de moedas. Voltei e o avisei do erro, depois de refazer as contas, ele me deu o troco errado denovo, agora a mais, e novamente mais um monte de moedas, ele estava conversando com uma moça, por isso da distração. Mas quando contei ainda tive o espirito de porco de pensar em ir embora e não falar nada. E foi exatamente isso que me chamou a atenção. Esse instinto de fazermos coisas erradas, de querer ganhar traiçoeiramente, que nos instiga sempre quando há alguma oportunidade. Outro dia também, estava na fila do banco, quando vi um senhor, que era senhor, mas não aposentado. Estranho, só porque ele não é aposentado não poder ir na fila de aposentados, eu percebi de alguma maneira sua atitude de querer sair ganhando com a mudança de fila, pois quando chegou veio para a fila onde eu estava, e quando ele viu a demora, achou melhor trocar de fila. Todos perceberam a astúcia daquele senhor. Que não era tão senhor assim, e também não era aposentado, mas tinha cabelo branco. Eu não fiquei nem um pouco bravo com a atitude dele, mas o ar da fila mudou, senti que todos falavam mal daquele senhor que não era tão senhor assim, nem aposentado, mas tinha cabelo branco. E alguns achavam que ele tinha cara de pau também.
Isso está no nosso dia a dia, sempre percebemos alguém querendo ganhar alguma coisa em cima dos outros. Como podemos pensar desse jeito? De que maneira vemos coisas como um jovem não dar lugar para uma senhora no metrô, ou uns empurrando os outros para entrar e pegar o melhor lugar, ou o mais confortável e não ficamos indignados? Porque eu pensei de ir embora com o bolso cheio de moedas e com a passagem do ônibus de graça? Com certeza é porque temos isso na nossa convivência. Mas não precisamos cair na mesma desgraça para deixar de nos sentirmos mal. Pois que mal você senti quando assisti a alguém se saindo bem? Indignação ou inveja? Gostaria de estar lá no lugar daquele que ganhou um lugar no metrô, ou aquele que ganhou cinco moedas a mais no ônibus?


texto de Fernando T.F.dos Santos

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Lá...

Eu estive do lado de lá. E quando estava lá,
me achava um lixo. Mas o lixo era onde eu queria estar.
O lixo me agradava, e ao mesmo tempo me destruía.
Sinto sua falta, do seu fedor e sua lacuna.
Me maltrata mais me consola; um desejo árduo de incopetência amorosa.
Meu desejo é o abismo da minha dignidade,
faz mal esse meu querer. Quero ser substituído pelo próximo dependente.
Minha agonia me desfaz. Quero gritar, gosto de correr, faço isso pra me libertar.
Mais na minha mente se alojam essas vontades, e desejos de desespero.
Essa prisão anoréxica me consome, faço parte de inúmeros pedaços,
e a construção não é mais decorrente da sua presença.
Espero minha vez, sentado ali no canto das esperanças desfocadas.
Alguma coisa vai acontecer, estou sonhando um sonho novo.


Poema de Fernando T.F. dos Santos

sábado, 16 de junho de 2007

Decepção que "nada"!!!

Decepção é o fim daquilo que não é bom pra você,
é o começo do arrependimento.
Sua chegada é mórbida e sangrenta,
dolorosa e teimosa, fria e maldosa.
Toma todo nosso calor e nossas alegrias,
sua chegada não é bem vinda,
mas alimentada por nossos sentimentos mediocres.
Somos fracos, e somados com essa dor, nos
tornamos ridículos. Pois somos machucados pelo
nada. Não tem faca física, mas nos corta, nos separa
nos pedaços e nas fatias. Somos nada, mas o nada nos machuca.
Então que nada é esse , que não faz nada além de nos despedaçar em sentimentos decepcionados.

Poema de Fernando T.F. dos Santos

segunda-feira, 11 de junho de 2007

ANTES SEU

" Antes seu, agora, um coração abestalhado de desilusão; exausto de bater vagamente por algo decrescente; tudo parece levar as lembranças de tempos de verão. Pois não tenho mais você,

Explodo de vontade de acreditar em suas mentiras, e os clarões de incertezas e irracionalidade, me indicam o fim do breve amor. Não tenho mais você,

Sua ignorância é trágica e fatidicamente assustadora a minha razão, meus sentimentos por ti estão abalados de descepção. Não tenho mais você,

A lei da troca é sempre esperada nesta mente atropelada e sincera, mas a revolta está acalmada, e o ridículo não mais me emprega, pois já sei, não tenho mais você,

A culpa sempre discutida, não me pertuba mais, sinceridade, honestidade e realismo, foram partes de mim neste relacionamento, torço muito por você, pois você não me tem mais. "

Poema de Fernando Thadeu Fonseca dos Santos