terça-feira, 26 de junho de 2007

O comportamento desumano.

Ontem quando vinha da faculdade, resolvi subir de ônibus, pois tinha meio quilo de moedas no bolso da calça. Aquele bolsinho da calça jeans que só serve para guardar tranqueiras pequenas, balas, e moedas. Na hora de pagar percebi que não tinha o valor da passagem só em moedas, eram todas miúdas, então dei uma nota de dez reais, e mais umas moedinhas, facilitando assim e esperando que o cobrador me desse o troco "sem moedas". Primeiro ele me deu o troco errado, faltando dinheiro, e com um monte de moedas. Voltei e o avisei do erro, depois de refazer as contas, ele me deu o troco errado denovo, agora a mais, e novamente mais um monte de moedas, ele estava conversando com uma moça, por isso da distração. Mas quando contei ainda tive o espirito de porco de pensar em ir embora e não falar nada. E foi exatamente isso que me chamou a atenção. Esse instinto de fazermos coisas erradas, de querer ganhar traiçoeiramente, que nos instiga sempre quando há alguma oportunidade. Outro dia também, estava na fila do banco, quando vi um senhor, que era senhor, mas não aposentado. Estranho, só porque ele não é aposentado não poder ir na fila de aposentados, eu percebi de alguma maneira sua atitude de querer sair ganhando com a mudança de fila, pois quando chegou veio para a fila onde eu estava, e quando ele viu a demora, achou melhor trocar de fila. Todos perceberam a astúcia daquele senhor. Que não era tão senhor assim, e também não era aposentado, mas tinha cabelo branco. Eu não fiquei nem um pouco bravo com a atitude dele, mas o ar da fila mudou, senti que todos falavam mal daquele senhor que não era tão senhor assim, nem aposentado, mas tinha cabelo branco. E alguns achavam que ele tinha cara de pau também.
Isso está no nosso dia a dia, sempre percebemos alguém querendo ganhar alguma coisa em cima dos outros. Como podemos pensar desse jeito? De que maneira vemos coisas como um jovem não dar lugar para uma senhora no metrô, ou uns empurrando os outros para entrar e pegar o melhor lugar, ou o mais confortável e não ficamos indignados? Porque eu pensei de ir embora com o bolso cheio de moedas e com a passagem do ônibus de graça? Com certeza é porque temos isso na nossa convivência. Mas não precisamos cair na mesma desgraça para deixar de nos sentirmos mal. Pois que mal você senti quando assisti a alguém se saindo bem? Indignação ou inveja? Gostaria de estar lá no lugar daquele que ganhou um lugar no metrô, ou aquele que ganhou cinco moedas a mais no ônibus?


texto de Fernando T.F.dos Santos

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Lá...

Eu estive do lado de lá. E quando estava lá,
me achava um lixo. Mas o lixo era onde eu queria estar.
O lixo me agradava, e ao mesmo tempo me destruía.
Sinto sua falta, do seu fedor e sua lacuna.
Me maltrata mais me consola; um desejo árduo de incopetência amorosa.
Meu desejo é o abismo da minha dignidade,
faz mal esse meu querer. Quero ser substituído pelo próximo dependente.
Minha agonia me desfaz. Quero gritar, gosto de correr, faço isso pra me libertar.
Mais na minha mente se alojam essas vontades, e desejos de desespero.
Essa prisão anoréxica me consome, faço parte de inúmeros pedaços,
e a construção não é mais decorrente da sua presença.
Espero minha vez, sentado ali no canto das esperanças desfocadas.
Alguma coisa vai acontecer, estou sonhando um sonho novo.


Poema de Fernando T.F. dos Santos

sábado, 16 de junho de 2007

Decepção que "nada"!!!

Decepção é o fim daquilo que não é bom pra você,
é o começo do arrependimento.
Sua chegada é mórbida e sangrenta,
dolorosa e teimosa, fria e maldosa.
Toma todo nosso calor e nossas alegrias,
sua chegada não é bem vinda,
mas alimentada por nossos sentimentos mediocres.
Somos fracos, e somados com essa dor, nos
tornamos ridículos. Pois somos machucados pelo
nada. Não tem faca física, mas nos corta, nos separa
nos pedaços e nas fatias. Somos nada, mas o nada nos machuca.
Então que nada é esse , que não faz nada além de nos despedaçar em sentimentos decepcionados.

Poema de Fernando T.F. dos Santos

segunda-feira, 11 de junho de 2007

ANTES SEU

" Antes seu, agora, um coração abestalhado de desilusão; exausto de bater vagamente por algo decrescente; tudo parece levar as lembranças de tempos de verão. Pois não tenho mais você,

Explodo de vontade de acreditar em suas mentiras, e os clarões de incertezas e irracionalidade, me indicam o fim do breve amor. Não tenho mais você,

Sua ignorância é trágica e fatidicamente assustadora a minha razão, meus sentimentos por ti estão abalados de descepção. Não tenho mais você,

A lei da troca é sempre esperada nesta mente atropelada e sincera, mas a revolta está acalmada, e o ridículo não mais me emprega, pois já sei, não tenho mais você,

A culpa sempre discutida, não me pertuba mais, sinceridade, honestidade e realismo, foram partes de mim neste relacionamento, torço muito por você, pois você não me tem mais. "

Poema de Fernando Thadeu Fonseca dos Santos